Mentira

O que fazer quando a Prefeitura de Tapes, através do Prefeito, Sylvio Tejada, e sua Assessoria de Imprensa, mentem para comunidade que deveriam representar (para isso são remunerados)?



“Por que não temos nossos molhes?”, questionam pescadores no esforço de desencalharem embarcações

Desde 2007 há verba de 150 mil para a construção dos molhes. A FEPAM dá como aceite o termo de referência, que já foi encaminhado em 2007, mas abandonado pela Prefeitura. E, com vontade política, a Superintendência de Portos e Hidrovias poderia realizar a batimetria. Os molhes resolveriam não só o problema da seca da Sanga dos Charqueadas como também das enchentes na Vila dos Pescadores. “Na verdade só é necessária uma carreira de pedra para atacar tanto a água como a areia, porque esta areia a água traz”, diz o presidente da Associação dos Pescadores, Paulo Afonso Rodrigues Castro

Convivem há cem anos com o problema que teria fim se a verba que está disponível, desde 2007, de R$ 150 mil fosse aplicada pela Prefeitura Municipal para a construção dos molhes. Obra de baixo impacto ambiental, devido a própria constituição da orla, teve o termo de referência, encaminhado pela Prefeitura, em 2007, aceito pela FEPAM em três de abril de 2008. A partir desta data, a FEPAM não obteve reposta da Prefeitura, e este ano o processo foi arquivado. A prefeitura repassava aos pescadores a informação de a FEPAM estava impedindo a obra. Segundo informações, caso a Prefeitura tenha interesse em discutir novamente o termo de referência original- a FEPAM terá que fazer novo estudo porque, a partir de 2007, há legislação nova que pode incidir sobre a região.
O presidente da Associação dos Pescadores, Paulo Afonso Castro, disse que o prefeito informou que iria mudar o projeto original por um mais simples para que o valor disponível de R$ 150 mil abarque a construção dos molhes. “Eles queriam fazer tipo um cais, mas é para barcos de grande porte”, considera Paulo.
Conforme o prefeito, Sylvio Tejada, “ali exige tipo de projeto que envolve batimetria, que custa 31 mil reais- último orçamento que tivemos, então estamos tentando viabilizar uma forma para reduzir”. Entretanto, a reportagem entrou em contato com a Superintendência de Portos e Hidrovias, e a assessoria de comunicação informou que se for encaminhado um ofício ao Superintendente Diretor, explicando a situação dos Pescadores, é provável que este órgão realize a batimetria.

“A situação dos pescadores é péssima”,
diz Paulo. ”A água baixa e quem chega da lagoa não consegue entrar para o porto ou sair”. Nessa época, eles costumam fazer viagens de férias com a família ou receber pescadores de outras localidades. O desassoreamento da Sanga, realizado pela Prefeitura, ou por eles mesmos, a contratarem empresa particular por R$ 70 por hora, quando a Prefeitura alega não ter máquina disponível, dura pouco, porque depende dos ventos. “Eles puxam a terra e não tiram, então o mar bate ali e joga toda a areia para dentro da sanga novamente”, explica Paulinho.
Com a correnteza da água vêm pedaços de madeira, pedras. “Aconteceu várias vezes de, tentando entrar ou sair da sanga, a quebra de eixos, hélices”, conta Paulo. Em época de chuvas ou temporais é comum os pescadores se atirarem na água- muitas vezes na madrugada, porque as ancoras não seguram, e há o risco das embarcações irem para cima dos trapiches velhos. “Já aconteceu de furar barco”. Segurar âncoras, tirar água das embarcações não têm sido uma rotina fácil.
Quando há muito vento até levam para o náutico. “Mas se levar para lá, a gente tem que ficar cuidando dos barcos, e eles também não aceitam muito os pescadores lá”, diz Paulo.  “É complicado para eles, porque lá estão só veleiros e barcos de passeio”.  








As fotos da enchente foram tiradas pelos pescadores no inverno passado.
Se existissem os molhes, eles não passariam por isso e também não sofreriam com a seca da Sanga dos Charqueadas que impede que retirem suas embarcações. "Vivem há cem anos com isto? Por que não podem viver mais 104, 108 anos?" disse o prefeito Sylvio Tejada, em entrevista gravada.


Para quem tiver interesse, podemos repassar o Boletim Oficial da Prefeitura (PDF ou aqui: http://www.tapes.rs.cnm.org.br/portal1/municipio/noticia.asp?iIdMun=100143413&iIdNoticia=183113) e extrato da FEPAM que comprovam as informações aqui divulgadas.