sexta-feira, 29 de julho de 2011

Sylvio Tejada fala da Ação Civíl Pública

A compra de três ônibus para o transporte escolar em Tapes, no ano de 2006, pelo valor de R$ 79.950,00, está causando dores de cabeça ao administrador do município, Sylvio Tejada Xavier, ainda hoje. Em julho deste ano o Ministério Público (MP) ajuizou uma Ação Civil Pública contra o prefeito com base no inquérito civil nº 00910.00016/2006, apontando-o como parte integrante de um esquema de conluio com outros servidores públicos e empresas comerciais para beneficiar uma determinada concorrente na disputa licitatória para o fornecimento dos ônibus.
Através de inquérito o MP apurou que os réus cometeram diversas irregularidades no processo de licitação maculando a legalidade da mesma pelo descumprimento às exigências do Edital. De acordo com o MP os evolvidos simularam diversos atos para dar aparência legal à negociata, quando na verdade os agentes públicos abriram mão de um processo efetivamente seletivo, cujo resultado seria resguardar o princípio constitucional da isonomia, propiciando a concorrência entre os interessados, deste modo a imparcialidade teria sido comprometida no momento em que haveria ajustes com as concorrentes para privilegiar interesses particulares em detrimento do interesse público.
Desta forma o MP considerou que o prefeito Sylvio Tejada e os demais servidores públicos envolvidos incorreram em ato de improbidade administrativa. Se condenado Tejada poderá ter como pena o ressarcimento do dinheiro público em valor que será definido pela justiça, a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, a perda da função pública, pagamento de multa, a proibição do direito de contratar, receber benefícios ou incentivos fiscais com o poder público pelo prazo de cinco anos, mesmo sendo indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário.
Tejada concedeu entrevista ao Regional de Notícias falando sobre o assunto.
RN: Como o Sr. se sente sendo alvo de uma Ação Civil Pública por parte do Ministério Público por Ato de Improbidade Administrativa, quando diz que o Sr. se aliou a secretária municipal de educação, a servidores públicos e as empresas para beneficiar uma das concorrente?
Tejada: Sinto-me injustiçado e sentido pelo envolvimento não só de meu nome, mas como de outras pessoas com uma história de trabalho digno por esta comunidade e ficam sujeitos a armações como esta.
No primeiro mandato nossa administração respondeu mais de 50 Inquéritos Civis e o Ministério Público só ofereceu denúncia ao Judiciário em dois casos sobre o mesmo assunto e o Poder Judiciário aceitou a defesa do município. Tivemos mais de 150 pedidos de informações da Câmara de Vereadores e nem um foi levado adiante. Com relação à imprensa local, reconhecidamente com posições contrárias a nossa administração, não publicou sequer uma linha durante quatro anos de fatos que desabonasse a administração e nas urnas pela primeira vez os tapenses autorizaram a continuação de uma administração. Nossa equipe faz um governo sério e trabalhador pelos interesses do município, por isto me sinto injustiçado
RN: A promotoria aponta fraude nos orçamentos apresentados pelas empresas SUPERONIBUS e VEPECAR, evidenciando que os textos das duas propostas se tratavam de cópias idênticas, alterando somente valor e timbre. Na época o Sr. notou algo que lhe chamasse atenção para este fato?
Tejada: Toda a licitação tem um processo que passa por vários setores da Prefeitura e é julgado com autonomia e independência por uma comissão com totais poderes de não aceitar o que não cumpre os preceitos da Lei de Licitações. Eu nunca assisti nenhuma licitação, nunca entrei na sala de licitações durante uma seção e nunca falei sequer uma vez com um membro da comissão sobre licitações. Duvido que em outro órgão público haja tanta transparência no processo como em nosso município.
RN: E o fato das duas licitantes terem remetido as propostas na mesma correspondência?
Tejada: Isso é um absurdo inadmissível em licitação pública. A servidora integrante da comissão, que segundo consta fez esta denuncia no MP e hoje é arrolada como testemunha, deveria fazer constar em ata este fato e suspender a licitação anulando o processo licitatório naquele instante. Esta é a função da comissão, ou seja, examinar a documentação, negativas, propostas e só a comissão tem autonomia e poderes para tomar esta decisão no decorrer do processo. Quem se omite assume um papel suspeito.
RN: O MP aponta outra falha considerada grave no processo que é a vistoria dos veículos que teria sido feita imediatamente após o resultado da licitação quando foi deixado de relatar as péssimas condições dos pneus de um dos veículos, ferindo as normas do edital. Como o Sr. explica isso?
Tejada: Que bom seria se todas as faltas graves fossem assim. Primeiramente quero afirmar que tenho total confiança na seriedade e capacidade do chefe de manutenção da frota do município. Segundo que quando se compra veículos usados com 13 anos de uso não se pode esperar que venha em estado de veículo novo. Terceiro o que de fato ocorreu com os pneus, conforme me foi relatado quando fui me inteirar dos fatos é que os pneus traseiros dos veículos de transporte escolar que trafegam em nossas estradas do interior têm que ser do tipo lameiro. Esta é uma exigência que fazemos em todos os veículos inclusive os terceirizados e esta foi a razão das substituições.
RN: A promotoria usa termos pesados nas acusações como a colocação "pasmem" quando se refere a assinatura do contrato administrativo antes mesmo da vistoria ratificadora em Tapes, indicando que o fornecedor já havia sido previamente escolhido, classificando o procedimento como "jogo de cartas marcadas". Como o Sr. entende essas acusações?
Tejada: O termo pesado que o senhor cita e outros que estão no processo e comumente usados por alguns advogados, na minha avaliação, e não porque agora neste processo sou réu, considero que é subestimar o Poder Judiciário. Tenho muita consideração pelo Ministério Público e de maneira especial os dois titulares desta comarca com quem trabalhei durante minha estada a frente do Poder Executivo Municipal, mas como cidadão o que espero do Ministério Público são provas, testemunhas isentas, cautela de denúncias com interesses políticos e evitar termos que induzem os cidadãos a pré-julgamento.
RN: Qual sua posição a partir deste momento referente a este fato?
Tejada: Minha posição frente a este fato é de absoluta tranquilidade. Vou me defender através de um advogado conforme exige o rito do Judiciário. Processos como este os tribunais estão cheios. O triste é tu ver teu nome misturado com o que está acontecendo no país hoje, mas estava nas minhas contas quando me ofereci à comunidade para administrar nossa cidade.
RN: O Sr. considera que a transparência, honestidade e moralidade da administração foram abaladas com a publicidade destes acontecimentos?
Tejada: Sempre que se é réu num processo, principalmente na esfera política e com uma oposição como temos em Tapes, existe mesmo antes do julgamento uma exploração com interesses e naturalmente confunde a opinião pública.

sábado, 16 de julho de 2011

Conferência Estadual sobre Transparência e Controle Social define primeiras diretrizes

A comissão organizadora da Conferência Estadual sobre Transparência e Controle Social (ConSocial) realizou, na manhã desta quarta-feira (13), no Palácio Piratini, a primeira reunião de trabalho para definir as diretrizes e a organização do evento.
A atividade contou com a presença do diretor de Participação Social da Secretaria Geral da Presidência da República, Pedro Pontual. Em sua manifestação, ele ressaltou que somente com o engajamento efetivo da sociedade no processo de elaboração de políticas públicas será possível realizar transformações. "O acesso à informação e o controle social são componentes estratégicos para empoderar os cidadãos", destacou.
Coordenando os trabalhos, a subchefe de Ética da Casa Civil, Juliana Foernges, explicou que a comissão será dividida em quatro câmaras temáticas: Promoção da Transparência Pública e Acesso à Informação de Dados Públicos; Mecanismos de Controle Social, Engajamento e Capacitação da Sociedade para o Controle da Gestão Pública; Atuação dos Conselhos de Políticas Públicas como Instância de Controle; e Diretrizes para a Prevenção e o Combate à Corrupção. Além destes grupos, que serão os responsáveis pelo desenvolvimento dos eixos da ConSocial, outra comissão será encarregada da elaboração do regimento interno da conferência.
De acordo com Juliana, a sociedade tem o direito de participar da elaboração destas políticas públicas e, por isso, é importante a ConSocial fomentar o debate para garantir a continuidade e o aperfeiçoamento deste processo. A atividade contou, também, com a participação do chefe da Controladoria-Regional da União no Estado (CGU), Fabio Valgas, da secretária da Administração, Stela Farias, do diretor presidente da Fundação de Recursos Humanos (FDRH), Jorge Branco, e do deputado Luís Fernando Schmidt, representando o Legislativo gaúcho.

1ª ConSocial
Marcada para 15 de março de 2012 e com o tema "A Sociedade no Acompanhamento e Controle da Gestão Pública", a ConSocial/RS é uma etapa preparatória para a conferência nacional, que acontece entre os dias 18 e 20 de maio de 2012, em Brasília.
O objetivo da conferência é promover o debate de políticas e ações de participação social, mecanismos de transparência e controle de gestão, além de medidas de prevenção e combate à corrupção. Ao longo do ano serão realizadas nove etapas regionais descentralizadas e seminários estaduais, entre eles, o que acontece em novembro deste ano, com a participação do ex-presidente Lula e do jurista espanhol Baltasar Garzón.

Texto: Joice Proença
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Tarso Genro assina convênio para intensificar combate à corrupção e ao crime organizado

Os chamados "crimes de colarinho branco" terão seu combate intensificado por parte dos órgãos de investigação do Rio Grande do Sul. Nesta terça-feira (05), o governador Tarso Genro, acompanhado por uma comitiva ligada à área da Segurança, esteve no núcleo de inteligência do Ministério Público Estadual, em Porto Alegre, para conhecer  ferramentas de investigação usadas na apuração de crimes.
Estiveram presentes no encontro o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, o coordenador executivo da Assessoria Superior, João Victor Domingues, o chefe da Polícia Civil, delegado Ranolfo Vieira Júnior e o comandante geral da Brigada Militar, coronel Sérgio de Abreu. Os procuradores e promotores, inclusive o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo de Lima Veiga, explicaram os sistemas e deram exemplos de investigações que foram bem sucedidas após a utilização da tecnologia.
Em seguida, foi assinado um convênio entre o Governo do Estado e o Ministério Público para fortalecer o combate à corrupção e ao crime organizado no Estado. Entre as medidas previstas estão o compartilhamento de informações de investigações, inclusive as que já estão em andamento, a disponibilização de policiais civis e militares para auxiliar e apoiar o Ministério Público e a realização de ações conjuntas sob forma de Força-Tarefa, entre outras medidas.

"O combate intenso ao crime organizado e à corrupção é algo programático para o nosso Governo e para o Ministério Público. Sempre afirmamos que nossa prioridade é integrar os órgãos para fortalecer essas ações. A Brigada Militar e a Polícia Civil estão prontas para trabalhar neste sentido", afirmou o governador Tarso Genro após a assinatura do convênio.

Texto: Guilherme Gomes
Edição: Redação Secom (51) 3210-4305
Portal Palácio Piratini

domingo, 3 de julho de 2011

"Governar é servir e não servir-se"

"Nós somos detentores do poder, mas delegamos para representantes"

Escolhemos bem nossos representantes? Há transparência na aplicação dos recursos? Os recursos chegam a quem deveria ser beneficiado? As licitações são honestas? Quem devemos procurar em casos de denúncia?



"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan un año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida
Esos son los imprescindibles"
(Bertolt Brecht)







Desperdício do dinheiro público

Fábricas de filetagem e de fabricação de gelo da Vila dos Pescadores de Tapes

A máquina de fabricação de gelo está estragada novamente para desespero dos pescadores. Por que a Prefeitura não aciona judicialmente a Tecnofrio, de Caxias do Sul?





Criada em 2006, até hoje não foi repassada aos pescadores. De onde, quais foram os recursos e como foram aplicados, os pescadores questionados não sabem, porque nunca foi feita uma prestação de contas. As câmaras de congelamento só foram ligadas quando instaladas em 2006 para teste e depois nunca mais.
A máquina de fabricação de gelo é artigo de quinta, sempre estragando. Agora, está sem funcionar desde abril, causando grandes prejuízos aos pescadores. Por que a Prefeitura não aciona judicialmente a Tecnofrio, de Caxias do Sul,  já que entregou uma engendração de fundo de quintal ao invés de uma máquina de fabricação de gelo?
E o caminhão frigorífico, destinado aos pescadores, que está com seguro vencido e não foi utilizado devido à inatividade da Filetagem? Está na intempérie estragando, enquanto tudo isso poderia melhorar a vida de cerca de 120 famílias que vivem da pesca artesanal.

Crime ambiental

Garças e socós: quem vai protegê-los?

Só uma sociedade bem informada a respeito da riqueza, do valor e da importância da biodiversidade é capaz de preservá-la. Washington Novaes


Em Tapes, fotografei um berçário de garças- no Balneário Rebelo, que é área de preservação permante, mas foi ocupada pela associação dos funcionários municipais de Tapes e população. Conforme a bióloga e especialista em Educação Ambiental Giovana Ghidini, deve ser acionado o Ministério Público de Tapes, já que a ocupação da área é crime ambiental.